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Preocupada com a organização dos trabalhadores e a forma de financiamento sindical, a central traz como tema “liberdade e autonomia por uma nova estrutura sindical”.

Questões como sindicatos de base e organização no local de trabalho, eleições sindicais, sindicalização, negociação e contratação coletiva, o financiamento dos sindicatos e democracia serão abordados na 13º plenária estatutária da Central Única dos Trabalhadores do Estado de São Paulo que será realizada nos dias 24, 25 e 26 de agosto, na cidade de Guarulhos – região metropolitana de São Paulo.

Os trabalhos da atividade serão desenvolvidos no “Centro Cultural Adamastor” e contará com um publico de aproximadamente 400 pessoas, entre delegados e observadores.

O Secretário Geral da CUT/SP, Sebastião Cardozo, adianta que entre outros pontos a plenária irá resgatar o conceito do que é ser de fato um sindicato cutista. “Vamos debater diversos temas importantes, como conjuntura nacional e estadual, plano de lutas e estatuto, com destaque para o resgate da concepção cutista para compor uma nova cultura de política sindical e reforçar a necessidade de termos cada vez mais sindicatos organizados pela base”, enfatiza Tião.

O Presidente da CUT/SP, Adi dos Santos Lima, destaca a necessidade de aprofundar o debate sobre o fim do imposto sindical. “Temos que romper com essa arcaica estrutura de financiamento sindical que impede a prática de um legítimo sindicalismo no país e dá margem a criação de entidades sindicais sem representatividade”.

Homenagem

A CUT/SP batizou a sua 13º plenária de Flávio de Souza Gomes como forma de homenagear o ex-dirigente sindical cutista.

Flávio foi um dos fundadores do Sindsaúde (Sindicato que representa os Trabalhadores (as) da saúde no Estado de São Paulo). Na CUT/SP, foi Secretário de Organização e Política Sindical, e em 2009, eleito Secretário de Relações do Trabalho, atividade que não pode exercer devido ao seu falecimento em maio do mesmo ano.

O vice presidente da CUT/SP, Carlos Ramiro, lembra do amigo e militante aguerrido. Para Carlão, Flávio de Souza era sinônimo de trabalho e lealdade. “Como dirigente ele era muito solidário, não se preocupava só com sua categoria, mas em defender os trabalhadores dos mais diversos ramos, na cidade ou no campo. Também não posso deixar de destacar a sua capacidade de liderança e organização, fatores que os coloca entre os grandes dirigentes sindicais cutista”. Enfatiza Carlos Ramiro.

Em sua plenária estatutária a CUT Nacional também vai homenagear outro combativo dirigente sindical, Waldemar Pires, ex-presidente da Confederação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil e da Madeira, falecido em abril de 2010.

 

CENTRO CULTURAL ADAMASTOR

AVENIDA MONTEIRO LOBATO, 734 - MACEDO - GUARULHOS/SP

CREDENCIAMENTO DE IMPRENSA

ALEXANDRE GAMÓN - EMAIL. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. / TEL. 2108-9162

 

 

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A CUT é diferente das outras centrais...


6 de Julho dia Nacional de Mobilização

 

Em maio, quando a Central Única dos Trabalhadores (CUT) decidiu realizar no próximo 6 de julho um Dia Nacional de Mobilização em defesa da classe trabalhadora, sua Executiva Nacional deliberou que era necessário procurar entidades com histórico de luta, mobilização, representatividade e, especialmente, com bandeiras de luta em sintonia com a Plataforma que a CUT formula e pratica desde a sua criação. O objetivo era e continua sendo claro: priorizar a unificação em torno de uma pauta comum entre as entidades dos movimentos sociais com essas características.

 

Por isso, a CUT procurou o MST, a CMP (Central de Movimentos Populares), a Marcha Mundial de Mulheres, a FUP (Federação Única dos Petroleiros) e outras entidades da CMS (Coordenação dos Movimentos Sociais), que apoiaram a ideia e se incorporaram ao processo de mobilização e organização dessa ação unitária da CUT e dos movimentos sociais.

 

Como sempre, saímos na frente

Temos assistido recentemente tentativas de algumas centrais sindicais de pegar carona nas mobilizações da CUT.

 

Um exemplo recente dessas tentativas foi o anúncio, por parte de outras cinco centrais, de que estariam realizando uma mobilização – justamente – no dia 6 de julho. Fizeram isso mais de um mês depois de a CUT ter anunciado o seu Dia Nacional de Lutas para a mesma data.

 

Sob o falso argumento da unidade das centrais sindicais em torno da pauta trabalhista aprovada no Pacaembu, em junho de 2010, e das conquistas obtidas nos últimos anos, dizem que basta fazermos mobilizações conjuntas para obtermos vitórias.

 

A avaliação da conjuntura nacional feita pela direção da CUT é diferente.

 

Essa suposta unidade é falsa

Talvez o único ponto em que temos consenso entre as centrais sindicais seja a redução da jornada de trabalho para 40 horas, que é fundamental, mas somente a nossa “unidade” não foi capaz de colocar a proposta para ser aprovada pelo congresso nacional.

 

Porém, e os outros pontos da nossa pauta?

 

Vamos elencar algumas propostas que nos diferem, a começar pela mais evidente e aquela que, a julgar por todas as práticas das demais centrais, é instransponível para aquelas entidades:

 

Convenção 87 e fim do imposto sindical

Lutamos por liberdade e autonomia sindical, com aprovação da convenção 87 da OIT; pelo fim do imposto sindical e a implementação de uma contribuição da negociação coletiva aprovada pelos próprios trabalhadores em assembleias.

 

Trabalho decente

Pela implementação da agenda do trabalho decente, com mais e melhores empregos, por igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, a luta contra a precarização e a terceirização, e a luta pela redução da jornada de trabalho para 40 horas sem redução de salário; pelo fim do fator previdenciário e pela regulamentação da convenção 151 da OIT. Pelos enunciados aqui expostos, pode-se ter a falsa impressão que todas as centrais têm acordo em relação a este parágrafo, mas não existe tal acordo, como veremos a seguir.

 

Terceirização

Temos uma posição muito clara em relação à terceirização: ela é responsável pelo aumento das mortes, acidentes de trabalho e de doenças profissionais e vem sendo utilizada pelo capital para precarizar as condições de trabalho, reduzir custos, enfraquecer o movimento sindical criando milhares de sindicatos de gaveta. Por tudo isso, propusemos um projeto de lei, apresentado pelo deputado federal Vicentinho (PT-SP), regulamentando a terceirização. Enquanto isso, algumas centrais sindicais que têm alguma representação em empresas terceirizadas querem aumentar a terceirização, ou seja, querem fortalecer o setor empresarial na falsa expectativa de aumentar o número de sindicatos filiados a elas. Enquanto isso, os trabalhadores...!!!!

 

Convenção 151 da OIT

Essa convenção garante a negociação coletiva para os trabalhadores do setor publico em todo o Brasil. Foi incluída como reivindicação pela CUT nas Marchas da Classe Trabalhadora e encaminhada pelo ex- presidente Lula ao Congresso Nacional, que a aprovou. Estamos agora precisando aprovar rapidamente a regulamentação da 151, para que ela possa entrar em vigor em todo o território nacional, democratizando as relações de trabalho no setor público. Foram realizadas milhares de horas de negociação junto ao Ministério do Planejamento para aprovar um projeto que regulamente a negociação coletiva e a solução dos conflitos.

 

E o que fazem as outras centrais sindicais? Criaram outro grupo no âmbito do Ministério do Trabalho – hoje totalmente aparelhado por uma central – para discutir o mesmo assunto e embaralhar o processo que já vinha bastante adiantado. E o que é mais grave: as premissas defendidas por algumas centrais são para piorar a situação, ou seja, querem implementar a unicidade sindical e o imposto sindical no setor publico, na contramão de tudo aquilo que defendemos. O movimento sindical no setor público já nasceu sob o manto da liberdade e autonomia sindical e sem o imposto. As demais centrais não estão preocupadas com a negociação coletiva e sim com a organização sindical no setor público do ponto de vista deles.

 

Para nós da CUT, a luta pelos pressupostos das convenções 87 e 151 da OIT são princípios fundamentais e históricos da CUT. Isso, somado à legislação de combate às práticas antissindicais, direito à negociação coletiva e a organização por local de trabalho são pressupostos para consolidarmos uma nova estrutura sindical de acordo com os princípios cutistas e que fortaleça as entidades sindicais realmente representativas, com o fortalecimento da negociação coletiva rumo ao contrato coletivo de trabalho por ramo de atividade.

 

Fim do fator previdenciário

Milhões de trabalhadores aguardam as discussões sobre o fim do fator previdenciário para decidir o que fazer de suas vidas: se aposentam ou se esperam o resultado das negociações. Enquanto isso, a tábua de expectativa de vida do IBGE vai sendo alterada a cada ano e, assim, aumenta o tempo necessário para que as pessoas se aposentem.

Em lugar de apresentar propostas concretas e viáveis, como a CUT fez ao apresentar para o debate o Fator 85/95, em 2009, as centrais repetem o mantra do “fim do fator previdenciário” sem dizer como isso pode acontecer.

 

Apostam assim na demagogia e deixam na espera milhões de trabalhadores e trabalhadoras. E o que é pior, a cada ano a situação piora. Quando começamos esse debate, em 2009, um trabalhador para ter 100% do seu benefício precisava ter 35 anos de contribuição e 62.4 de idade. Hoje, dois anos depois, precisa ter 64.7 anos de idade para alcançar os mesmos 100%.

 

Educação

Defesa da implementação do Plano Nacional da Educação com a destinação de 10% do PIB brasileiro para a educação; a ampliação da educação no campo e a qualificação profissional com participação dos trabalhadores. Esta é uma luta que a CUT e suas entidades têm levado adiante sem o real envolvimento das outras centrais.

 

Alimentos

Defesa da reforma agrária, aprovação da PEC do trabalho escravo, do limite de propriedade da terra para diminuir a enorme concentração hoje existente; a mudança do modelo agrário, com a ampliação dos recursos e de politicas publicas para a agricultura familiar, que é responsável por 70% dos alimentos que chegam a mesa dos brasileiros (as); a luta contra os agrotóxicos e contra os especuladores do agronegócio. Como é sabido, as outras centrais não têm dedicado seus esforços à luta por essas mudanças – a não ser que se entenda que simplesmente assinar panfletos genéricos sobre os temas pode significar luta de fato.

 

Reformas política e tributária

Por uma reforma política que amplie a democracia direta e que fortaleça a democracia representativa e por uma reforma tributária que seja progressiva com base na renda e no patrimônio. As demais centrais têm debatido esses assuntos e estão empenhadas, colocando gente na rua, para pressionar por essas mudanças?

 

Somos diferentes: lutamos em todas as frentes

Esses são alguns exemplos da impossibilidade de fazer mobilização conjunta com as outras centrais, pois como faremos atos políticos se os objetivos são outros?

 

Faríamos mobilizações conjuntas só para produzir imagens para a mídia convencional, sem nenhuma consequência ou avanço para a classe trabalhadora?

 

É evidente que não. O que precisamos é construir nosso próprio Dia Nacional de Mobilização, com muitos militantes nas ruas de diferentes cidades do País, para defender a pauta da CUT e dos movimentos sociais, com todas as suas especificidades, e convencer a opinião pública da importância de nossas bandeiras.

 

As demais centrais, ao elaborarem a agenda das suas mobilizações, colocam quase todas as suas fichas na disputa junto ao Congresso Nacional acreditando que essa é a única frente de luta.

 

Para a CUT, a principal tarefa é mobilizar os trabalhadores/as na base. O dia 06 de julho será um dia de assembléias em todos os sindicatos filiados à Central (atrasos na entrada, paralisações de uma, duas ou quatro horas, passeatas, manifestações nos aeroportos, etc).

 

E a luta deve se dar em todas as frentes – no Legislativo, Executivo e Judiciário – no Governo Federal, nos Governos Estaduais e Municipais.

 

É importante ainda deixar claro que não faltou à CUT, nos últimos anos, disposição para dialogar e elaborar propostas em conjunto com as demais centrais. Investimos muito tempo e trabalho nessa tarefa, porém o vai e vem das outras entidades em suas posições, deixando os processos de tomada de decisão inconclusos, é o que de fato prejudica essa unidade na luta.

 

Continuaremos sempre buscando a unidade na luta quando o assunto for de interesse geral da classe trabalhadora, como é o caso da luta pela redução da jornada de trabalho para 40 horas sem redução de salário.

 

SOMOS DIFERENTES! SOMOS CUT!

Artur Henrique, presidente nacional da CUT

 

 

Os trabalhadores estaduais da saúde paralisarão dias 15 e 16 de junho

sindsaud

SindSaúde


Trabalhadores estaduais da saúde de São Paulo, em campanha salarial, decidiram paralisação de 48 horas nos dias 15 e 16 de junho em protesto contra o descaso do governo Alckmin que até o momento não apresentou proposta decente de aumento salarial.

 

A data base da categoria é 1º de março. O SindSaúde-SP enviou a pauta de reivindicações ao governo do estado em janeiro. Somente no dia 29 de março, o secretário estadual da Saúde, Giovanni Cerri, sob pressão dos trabalhadores da saúde, que realizavam no mesmo dia um ato em frente à Secretaria da Saúde (SES), recebeu a Comissão de Negociação do Sindicato.

 

Sobre o 1º ponto da pauta - 26% de aumento salarial -, o secretário informou que não há verba para aumento. Após diversas reuniões, a Secretaria apresentou ao Sindicato uma proposta de aumento no prêmio de incentivo (gratificação recebida por parte da categoria) de até R$ 39,00 que representam de 1% a 4,86% no salário.

 

Os trabalhadores avaliaram a proposta indecente e decidiram pela paralisação dias 15 e 16 de junho e construção da greve, caso o governo do estado não atenda as reivindicações da categoria.

 

Para organizar a paralisação nas unidades estaduais de saúde, o SindSaúde-SP está divulgando um boletim aos trabalhadores e uma carta aberta à população.

 

15 e 16 de junho: Paralisação da Saúde Estadual

 

17 de junho: Nova assembleia

 

 

reunio-de-representanteEm reunião realizada na sede do Sitraemfa, 19/05/11, os representantes de base da Rede Conveniada tiveram como tema de discussão a Importância do representante sindical de base, Preparação para Campanha Salarial 2011 e Informes sobre a decisão do tribunal de justiça (TJ) sobre a abertura das CEIS em janeiro.

A reunião teve inicio com a abertura do presidente do SITRAEMFA Julio Alves, fazendo uma avaliação de conjuntura, explanando sobre a importância da organização dos trabalhadores.

Em seguida a vice presidente Maria Aparecida Nery (Miúda) deu continuidade a reunião, esclarecendo a importância da mobilização da categoria para a campanha salarial 2011. Na ocasião também fez uma breve explanações sobre a decisão do TJ no que se refere a abertura das CEIS em janeiro, impossibilitando as férias coletivas da categoria.

A reunião foi encerrada com apresentação do vídeo sobre Intersetorialidade e Políticas Socias, realizado no dia 16/05/11, na Camara dos Vereadores de São Paulo, ministrado pela Prof. Dra Aldaíza Sposati, que é coordenadora do Núcleo de Pesquisa em Seguridade e Assistência Social da PUC-SP e pelo Prof. Dr. Luciano Prates Junqueira, coordenador do Núcleo de Estudos Avançados do Terceiro Setor da PUC-SP.

 

 

Em debate sobre participação nos conselhos nacionais, trabalhadores apresentam proposta como critério para definir acesso a recursos públicos

 

Fonte CUT/SP

por: Luiz Carvalho

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da esquerda para direita - Oliveira, Quintino e Artur

 

Em intervenção na abertura do encontro com secretários gerais e representantes da CUT nos conselhos regionais, na manhã desta segunda-feira (16), o presidente da Central, Artur Henrique, afirmou que a defesa do trabalho decente norteará as ações do movimento sindical no próximo período.

 

Durante o evento que busca articular e estabelecer estratégias para a ação dos conselheiros e prossegue até terça na capital paulista (17), Artur destacou que o primeiro passo é levar a visão dos trabalhadores à 1ª Conferência Nacional de Emprego e Trabalho Decente, que ocorre em maio de 2012, em Brasília.

 

“Se não estivermos envolvidos nessa discussão, a bancada ruralista vai tomar o debate e discutir apenas trabalho escravo e infantil. Claro que essa questão também nos preocupa, mas nosso conceito inclui também a organização no local de trabalho, redução da jornada e igualdade de oportunidades, pautas que devem estar articuladas nessa primeira conferência do mundo do trabalho”, aponta.

 

Contrapartidas sociais e fiscalização – Segundo o dirigente, a CUT precisa afinar o discurso para que todos seus representantes nos conselhos nacionais defendam contrapartidas sociais a quem pleiteia recursos vindos de órgãos como o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). “Essa contrapartida não deve vir apenas em forma de ampliação da geração de empregos, mas da criação de vagas que levem em conta critérios como o emprego decente, o respeito ao meio-ambiente e à organização no local de trabalho.”

 

Em relação a esse último aspecto, o presidente cutista acredita que é necessária a articulação com os ramos para estabelecer um cadastro que aponte quais empresas mantém práticas antissindicais. Estar fora dessa “lista suja” seria uma das exigências para conseguir a liberação do crédito.

 

O mesmo critério vale para os conselheiros que participam de fundos de pensão de funcionários de estatais como Previ (Banco do Brasil) e Petros. “Queremos exercer outro papel social além de garantir maior retorno às aposentadorias. Não se trata de fazer assistencialismo utilizando os fundos de pensão, mas de definir como os recursos são investidos, se em empresas que possuem responsabilidade social e ambiental, com respeito aos trabalhadores”, ressalta, acrescentando que o processo de democratização exige do governo oferecer condições como o acesso à informação e infraestrutura para que os conselheiros possam participar das reuniões convocadas.

 

Ampliar a democracia, aprofundar a representatividade

Ao citar os representantes da CUT que integram o conselho do chamado sistema “S”, Artur indicou a urgência de discutir o conteúdo ministrado. “Ao contrário de outras entidades, que quando se fala em sistema “S” já pensam em gerir projeto para enfiar R$ 300, R$ 400, R$ 500 milhões no bolso, nós queremos é tratar do conteúdo. E também debater com os representantes dos empresários se os cursos propostos dialogam com a vocação regional, questionar porque o custo-aluno é tão maior do que nas universidades federais.”

 

Além de mencionar a necessidade de aumentar a inclusão dos trabalhadores na discussão sobre o PPA (Plano Plurianual), que define as diretrizes a serem seguidas pelo governo federal nos próximos quatro anos, ele também criticou o formato da câmara criada recentemente pela presidenta Dilma Rousseff para discutir o setor público. “Participam os ministros da Casa Civil, Fazenda, Planejamento e Desenvolvimento, Indústria e Comércio e os empresários Jorge Gerdau, Abílio Diniz, Antônio Maciel Neto e o Henri Reichstul, presidente da Petrobrás durante a gestão de FHC e que queria vender a empresa. Não há nenhum servidor público ou especialista em serviço público. Sabemos o que esses empresários querem tratar: eficiência, que na linguagem deles significa redução de gastos.”

 

Por fim, o dirigente definiu qual papel a Central deve exercer para que as mudanças ocorram. “Devemos garantir que a CUT não seja apenas das capitais e grandes cidades. Nossa missão fundamental é investir nos sindicatos de base e nas estaduais para discutir o fortalecimento da democracia”, afirmou.

 

Democracia territorial

Antes do presidente da CUT, o ex-secretário de Desenvolvimento Territorial no Ministério do Desenvolvimento Agrário, Humberto de Oliveira, falou sobre a territorialidade como plataforma de planejamento de políticas públicas. “Não dá para ter um hospital de média e alta complexidade em cada município, mas pode ter em cada território. Por isso é preciso fortalecer a organização nesses territórios”, exemplificou.

 

Apesar dos avanços, Oliveira acredita que ainda faltam propostas para o campo. “Não há políticas públicas de cidadania no meio rural e isso fez com que as pessoas buscassem o meio urbano, mesmo que precisassem viver em situação precária.”

 

A mudança, comenta, passa por estabelecer o recorte rural nessas políticas, que vai desde o fortalecimento do programa Territórios da Cidadania – “que está no limbo” – até a definição de uma ação rural para o Brasil Sem Miséria. Segue ainda por expandir a ideia de que o campo vai além do agrícola e de combinar produção, direitos e meio ambiente. “Precisamos de uma reforma agrária em um ambiente de cidadania e não de miséria e pobreza. Por isso, deve-se pensar numa agricultura familiar com base em resultados, com acesso à infraestrutura, regularização, crédito. Caso contrário, teremos uma disputa entre o inviável e o viável, com o agronegócio no segundo grupo”, analisa.

 

Conselhos e conselheiros

No período da tarde, a socióloga e técnica do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos),Suzanna Sochaczewski, abordou a responsabilidade dos trabalhadores nos conselhos e os desafios que esse meio de participação política traz. Para ela, o processo de formação deve incluir o aprofundamento do conselheiro, sem que precise ser um especialista, e a formação da entidade para que os novos representantes mantenham a linha política.

 

“O papel do conselheiro faz parte de uma estratégia e, além da questão específica, ele deve estar a par do contexto social, econômico e político em que se dá essa discussão para que possa escolher o que é melhor para sua classe e para a sociedade brasileira”, explica.

 

Por sua vez, ex-secretário nacional de Articulação Social, Gerson Almeida falou sobre o papel dos conselhos para a democracia de fato, que vai além do mero exercício do voto.

 

O levantamento de Almeida aponta a existência de 61 conselhos nacionais no Brasil. A maior parte dos conselheiros (55%) representa a sociedade civil, contra 45% de governos. Já em relação às conferências nacionais, ele citou que desde a primeira, em 1941, ocorreram 112, sendo 63% delas entre 2003 e 2010, período do governo Lula. “Com o novo Estado que nasce a partir da eleição do presidente Lula e com a pressão dos movimentos sociais, há a necessidade de reconfiguração para aumentar o processo de participação social. Ocorre a alteração da visão de que a democracia é feita por um Estado gigante e um cidadão mínimo”, avalia.

 

Para que não restem dúvidas sobre a eficácia da participação da sociedade civil, Almeida lembra que foram as conferências que propuseram políticas já estabelecidas como o SUS (Sistema Único de Saúde) e mais recentes como o Plano Nacional de Segurança Pública e a proposta de regulamentação coletiva no setor público. No total, resultaram em 60 leis e emendas aprovadas pelo Congresso, sendo a maior parte delas ligada aos direitos humanos.

 

Na visão de Almeida, o desafio está em garantir a paridade, especialmente em espaços onde há grande predominãncia de empresários, como é o caso dos conselhos do Sistema "S".

 

 

 

Partipe deste grande evento, que será um marco na discussão da Intersetorialidade e Políticas Públicas. Aldaiza Sposati, que já esteve a frente da Secretaria de Assistência Social será uma das expositoras e falará sobre Políticas Públicas e ainda o professor Luciano Prates Junqueira, que é coordenador de estudos avançados no terceiro setor da PUC/SP.

A abertura do evento se dará as 9h30, do dia 16 de maio, no salão Nobre do Palacio Anchieta, na Camara dos Vereadores de São Paulo - Viaduto Jacareí, 100 - 8 and.

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No dia 06 de maio, sexta-feira, das 10hs às 13hs, na Câmara Municipal de São Paulo – Palácio Anchieta - salão nobre – 8º andar, acontecerá o lançamento da IX Conferencia Municipal da Assistência Social, avançando na consolidação do SUAS com a valorização dos trabalhadores e a qualificação da gestão, dos serviços, programas, projetos e benefícios.

Fonte: CUT-SP

A CUT-SP vai comemorar o 1º de Maio - Dia do Trabalho - deste ano com um tema inédito: as relações Brasil e África. A data será comemorada pela CUT/SP com várias atividades que serão realizadas a partir da última semana de abril e incluem um seminário internacional, oficinas culturais, exposição de livros, obras de arte, exibição de filmes, apresentação de manifestações culturais afro-brasileiras, gastronomia e ato inter-religioso privilegiando as religiões de matriz africana.
Esses eventos culminarão com uma grande manifestação na data de 1º de Maio, que será realizada no Parque da Independência, no Ipiranga, em São Paulo.
“A proposta é ir além da tradicional confraternização entre os trabalhadores que, evidentemente, é importante. Mas dar um primeiro passo para a reflexão sobre nossa condição de país afro-descendente. Somamos, hoje, mais de 90 milhões de afrodescendentes, segundo dados do IBGE, e essa consciência ainda não está presente na totalidade de nossa população. Além disso, os países africanos, que estão na raiz de nossa origem, são pouco conhecidos em sua dimensão histórica, institucional, econômica, social e cultural”, afirma Adi dos Santos Lima, presidente da CUT/SP.
Neste 1º de Maio de 2011, a CUT quer chamar a atenção e mostrar um pouco da riqueza que constitui a matriz africana no Brasil e a importância das relações com os trabalhadores e a população dos países desse continente.
Os países que participarão das comemorações do 1º de Maio são: Togo, Zimbábue, Nigéria, Senegal, Cabo Verde, África do Sul, Gana, Benin, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, e Brasil. As nações africanas foram convidadas obedecendo ao critério de relacionamento entre as centrais sindicais e a CUT e também ao fato de algumas integrarem a comunidade de língua portuguesa.
É importante lembrar, ainda, que 2011 foi estabelecido pela Assembleia das Nações Unidas como o “Ano Internacional do Afrodescendente”, com o objetivo de “homenagear os povos de origem africana em reconhecimento à necessidade de se combater o racismo e as desigualdades econômicas e sociais. É também um reconhecimento pela enorme contribuição cultural e econômica dos descendentes de africanos em todo mundo”, diz o documento da ONU que oficializou o tema.


O Brasil vem registrando muitos avanços na superação das desigualdades étnico-raciais, em especial em relação à população afrodescendente. Um passo importante foi a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial no ano passado. Mas, ainda há um caminho longo a percorrer. Um exemplo são as estatísticas que colocam o jovem negro entre as principais vítimas da violência no país. De cada três pessoas assassinadas no Brasil, duas são negras, revela o Mapa da Violência 2011, elaborado pelo Instituto Sangari, com base nos dados do Ministério da Saúde.
A Lei 10.639/2003, que obriga o ensino da história geral da África e sua contribuição para a cultura brasileira nas escolas públicas e particulares do ensino médio e fundamental, ainda falta ser implementada, seja por falta de informação, interesse ou preconceito. 

“Ao mesmo tempo, os países africanos tem sede de conhecimento sobre o Brasil e vêem com muito interesse o estreitamento de relações em vários campos de atividade. O Brasil tem hoje mais de 30 embaixadas e representações nos países africanos. Muitos desses países que enfrentaram situações de conflitos em passado recente as superaram, a exemplo do apartheid na África do Sul e guerras coloniais e hoje aspiram ao desenvolvimento e a uma política voltada para o bem-estar das populações, passando pela organização dos trabalhadores e trabalhadoras”, observa Artur Henrique, presidente nacional da CUT.
“Os caminhos para a África são amplos e esses povos aspiram a uma cooperação solidária com nosso país e nossos trabalhadores. E é importante lembrar que a história das relações entre o Brasil e a África, embora tenha sido marcada em seu início pela diáspora e o tráfico de escravos, tem uma ancestralidade que ainda pouco conhecemos e é referenciada hoje por relações dinâmicas, principalmente econômicas e culturais que queremos estreitar, em especial com os trabalhadores desses países”, completa Adi. 


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